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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Um ensaio sobre a alienação na industrial cultural


A indústria cultural funciona como um mecanismo de alicerce a esta cultura dominante. Exerce o papel de produzir uma cultura de massa, de fácil acesso a todos, através da ênfase ao divertimento encontrado em seus produtos, simplifica-os ao máximo, para assim sempre obter uma atitude passiva do individuo, o seu consumo. Promove também reforços às normas sociais por meio de estereótipos encontrados nos meios de veiculação da indústria cultural. A prática incessante dessas ações procura como resultado o conformismo social das massas, as quais aceitem os bens culturais produzidos pela indústria cultural.

Neste contexto, a classe dominante apropria-se da ideologia capitalista, toma posse do processo econômico-político e dos veículos dos meios de comunicação de massa, um dos principais transmissores desta ideologia totalmente consumista. Tudo está à venda para que haja cada vez mais o acumulo de riqueza por parte da classe dominante.

Ao visar o acúmulo de riqueza primeiramente, a classe dominante busca uma produção cada vez maior para que exista também um consumo. Explora a força de trabalho do individuo, já que o submete ao ritmo de produção da máquina.

Esta produção em série isentou o individuo da responsabilidade de conhecer o que ele produz, não exige do funcionário algum conhecimento especifico sobre o produto ou qualquer experiência na área. Seu trabalho está atrelado apenas a um processo repetitivo, que condiz apenas com uma pequena parcela da fabricação do produto em que ele se propôs a produzir para servir ao mercado. Sendo assim, o gesto articulado, entendido como força de trabalho, perdeu o seu significado, já que quem o exerce não sabe o que está fazendo, não sabe o que produz.

Isto traduz a falta de questionamento e conformismo perante o seu trabalho. Não o questiona como relação de troca de sua força de trabalho por um valor em moeda inferior à produção que exerce. Assim também, não questiona a sua remuneração, não alcança a possibilidade de comprar grande quantidade de produtos originados do emprego da sua força de trabalho.

Para Adorno, em seu livro Dialética do Iluminismo, a indústria cultural, que alcança seu maior patamar de desenvolvimento a perto do século XX com o progresso do capitalismo, reforça o processo de alienação do sujeito para além de sua condição de trabalho já que a burguesia também domina e controla os entretenimentos dos trabalhadores, ou seja, sua cultura, que podemos dizer que é totalmente influenciada pela indústria cultural.

Ao som de Rolling Stones, com Can't You Hear Me Knocking. Boa noite.


*Texto extraido e adaptado do meu projeto de iniciação científica

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